sábado, 4 de agosto de 2012

Nem todos os jovens do woodstock morreram de overdose...

Nem todos os jovens do woodstock morreram de overdose...
por Evelise Maria Guariglia

Bons tempos aqueles em que éramos ingênuos...
Poderíamos começar assim: “o meu tempo é que era bom”.
Prefiro outro caminho: “meu tempo é hoje”.
Também tenho boas lembranças do passado e um distanciamento crítico, que me faz lembrar da juventude woodstock e contextualizá-la. Juventude que veio com força questionar, protestar e confrontar uma sociedade rígida cheia de preconceitos. O movimento jovem gerou uma força reacionária de igual intensidade.
Mas esta micro análise é genérica, em meio ao genérico havia, por um lado, jovens anônimos embebidos em drogas e que se perderam da vida, por outro, reacionários perversos que aproveitaram o momento para cometer todo o tipo de barbárie.
Estes jovens do passado (os tios e avós de hoje), puseram em movimento uma nova possibilidade de se viver em sociedade: valorização da individualidade, respeito às diferenças, realização pessoal, abaixo o preconceito e a discriminação.
Vejam só, que surpresa! Isto gerou uma força contrária e de igual intensidade. O radicalismo religioso, é um bom exemplo, floresce.E aqui estamos nós, século XXI, globalização, informação à mão, em pleno exercício de quebra de paradigmas. O regime? Capitalista. A ordem? Consumir informação, bens materiais, pessoas... O Imperativo? Ser feliz, sempre!
Hoje há um mundo de possibilidades, uma multiplicidade de escolha. Não existe mais receita dada, caminho certo ou modelo a ser seguido. A liberdade tem seu preço. O preço dela pode ter o nome de angústia.
Cada um responsável por inventar seu caminho. Maravilha!!! Bem melhor do que a sociedade engessada de antes. E o que se faz com a angústia diante de tantas possibilidades de escolha, o que se faz com o ter que ser feliz (afinal você pode tantas coisas!). Vislumbra-se como as drogas (lícitas e ilícitas) cumprem seu papel, elas são receita certa para o alívio da angústia e garantia de felicidade imediata, uma felicidade que se pode comprar.


Evelise Maria Guariglia
Psicóloga CRP- 06/22720-0
http://eveliseguariglia.blogspot.com.br/
evegua@terra.com.br
Espaço Singular
Rua Sete de Setembro, 3264
http://www.youtube.com/watch?v=vgk9Fa9fiAY

Pois é, os paraísos artificiais... A liberdade tem seu preço. O preço dela pode ter o nome de angústia. but KEEP WALKING. where?
who knows?
(Karina Petroni Fischer)

Pelos amores felizes, pelos dias melhores, pelas amarras desfeitas, agora e para sempre, amém!