terça-feira, 13 de novembro de 2012

Lençóis limpos....

Todos vcs pagaram para ver e não viram.
Todos vcs  pagaram para ouvir e não ouviram
todos vcs pagaram para sentir e não sentiram
Todos vcs pagaram, acreditaram, inundaram, me inundaram, me riscaram de suas cadernetas de papel, me trocaram, me difamaram, me pouparam de um amor infantil, mas foram vocês que ficaram sem mim, sem a força que impulsionava, que fazia rolar, que fazia gozar bem na parte central do cérebro do pênis.
Todos vocês abusaram, remendaram, desremenderam, acreditaram, me fizeram acreditar.
Me beijaram, me tocaram, me queriam, me usaram, tinha tudo: cama, mesa, roupa lavada, almoço, jantar, café da manhã, mas nunca na mesma ordem.
Todos vocês tiveram o que eu tenho de sagrado.
cada um adentrou, tentou,tentou,tentaram.
Com os olhos, com a boca, com o que podiam de mais fálico, com a representação, com a ceninha barata e estúpida de filminho de quinta que eu fazia de conta que achava tão lindo, tão bonito e vomitava por dentro. Eu vomitava as cenas, eu vomitava a vontade de mandar todos vocês voltarem ao útero porque o meu se cansava de reter vocês dentro dele.
meu útero cansou, está em estado de observação.
Nenhum de vocês, nenhum, até hoje, conseguiu o que tanto almejava.
estar tão mais tão dentro de mim a ponto de criar algo dentro de mim.
Eu dei colo, eu respirava o ar, eu emnava o ar.
Eu esquecia de colocar a máscara em mim antes de colocar em vocês em cada estado de alerta que recebíamos  dentro do avião.
estava lá: eu, Karina, inteira.
vem, venha, meu benzinho, pegue a parte que você acha que é sua, que eu deixo você acreditar que é sua.
E depois eu troco os lençóis
Eu apago os vestígios dos meus assassinatos.
Eu deixo você viver na ilusao de ser o único, de ter sido o único quando nunca foi, nunca serão.
Perfeita nos meus crimes que eu escrevia em diários, longas explicações onde  depois eu ria, ria  e também chorava... compelida ao próximo crime. Levada. ora com um punhal ou uma palavra certeira. Uma surfista!
meu prazer era me vingar da sua ilusão: meu prazer maior era te dar e tirar tudo. meu prazer era matar aos poucos, deixar o cheiro, os cheiros .
Eu batia palama para mim (ainda que não me envergonhe).
Eu me olhava no espelho e pensava que mais um, mais um coelho abatido, mais um fdp que achava que tinha me conquistado, que tinha me surpreendido e eu estava mais vazia do que balão depois de festa de aniversário de criança já que vocês estouravam todos os balões.
pois bem: tinham tudo e queriam mais.
me absorver como  adolescentes sanguináreos.
sugar, puxar, descabelar e eu no meio do conto policial sem saber se descobririam.
descobririam que meu lance era matar,matar, matar?
não.
nunca.
e foram.
voltarão.
mas eu irei!